Escravidão Moderna
ESCRAVIDÃO MODERNA
O boi mugia no curral festivo
E o peão volta do eito cantando
Gostaria de sê-lo, sendo eu mesmo
Ter o seu contentamento à minha razão
Não há simetria entre o seu consciente
E a sua irradiante alegria.
Tira essa canga do pescoço
E olha para o céu salpicado de estrelas
Elege um desses astros o teu ideal!
Homem não é boi, é gente
Mira essa biruta que te guia
E vai a luta par ser feliz.
Trocas o teu suor por um pirão
E tua honestidade por um abrigo
Enfrentas sol e chuva a tanger gado
No campo, no cerrado e no brejo
Cumpres como se fosse dever sagrado
Mas no final do mês não tens saldo.
“Dispo-me da minha fantasia ao vestir a túnica da realidade”
Samuel Alencar da Silva