Sono dolente

Espalhados pelo chão

Sob a cama, ao seu redor,

Jazem pálidos meus sonhos.

Não espero mais a noite,

Que me inquieta no silêncio

Que se abate sob o céu,

Sobre os tetos onde habitam

Dos mais cândidos desejos

Às mais tórridas volúpias.

Isso tudo já se foi,

Enterrou-se sob a pedra,

A maldita companheira

Dos poetas do caótico,

Os que buscam não encontrar

Porque vivem da incerteza;

Os que gozam na procura,

Que se aturdem se tranquilos.

Em meu leito, essa tortura

Que lancina em meio ao breu,

Vermiformes parasitas

Nas entranhas dos meus nervos.

Só me resta assim partir

Para um sono sem escala

Quando então me beije a morte

Senão coisa parecida.

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 27/06/2013
Código do texto: T4361664
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