PELA METADE

Pela metade

Na volúpia de amar-me

despe-me com os olhos

arranca-me as vestes

com as mãos tremulas

de furor e desejo

ímpeto de sexo

calor de um beijo

frescor de mão macia

em minha pele fria

Na volúpia de amar-me

usa-me...

abusa dos meus sonhos

faz-me resplandecer

exorciza meu anjo

brota em meus olhos o carnal

o melhor de mim lhe entrego

consome meu ser

com a fome do prazer

Quando por fim

saciado de luxurias

pedes minha alma emprestada

para a procissão do dia santo

estendo-te a mão

entregado a ti

as vestes da minha santidade

partes

deixando-me aqui

saciado de um amor

pela metade!

2013

Marcos Horto
Enviado por Marcos Horto em 01/07/2013
Código do texto: T4366725
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