PELA METADE
Pela metade
Na volúpia de amar-me
despe-me com os olhos
arranca-me as vestes
com as mãos tremulas
de furor e desejo
ímpeto de sexo
calor de um beijo
frescor de mão macia
em minha pele fria
Na volúpia de amar-me
usa-me...
abusa dos meus sonhos
faz-me resplandecer
exorciza meu anjo
brota em meus olhos o carnal
o melhor de mim lhe entrego
consome meu ser
com a fome do prazer
Quando por fim
saciado de luxurias
pedes minha alma emprestada
para a procissão do dia santo
estendo-te a mão
entregado a ti
as vestes da minha santidade
partes
deixando-me aqui
saciado de um amor
pela metade!
2013