ALARIDO E SILÊNCIO

Deslizava!...

Eu, pássaro de extensas asas...

meu escudo.

Meu gesto mudo não quis falar você;

e dancei palavras minhas.

Volta e meia, piruetas em linha...

me afastei!

Avistei, considerei, cumprimentei,

sorri, escorri, flutuei,

saltei, voei...

Me afastei!

Perto, passava você; corria em trilhos.

Preferi "desouvir" o estribilho...

Desolhei, calei, respirei!

Olhos meus, fechados,

contemplando meu claro momento.

Meu desolhar ecoando em seu dentro.

Você em trilhos correndo e me vendo

te descorrer, desquerer, desfazer.

...

Quando fores, outra vez,

rodopiar e abraçar quem quer que seja,

abrace honrando a essência do carinho.

E, quando as ditas palavras que seus labios beijam

ousarem proferir algum solfejo,

que não sejam:

dissonantes alaridos de espantar passarinho!

D.V.

07/2013

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