O POETA E A POESIA

As palavras se calaram em meu coração,

A razão busca suas razões naquele momento,

Nenhuma palavra vive na solidão,

Duma folha branca sem despertar sentimento.

De que valeriam mil palavras aprisionadas nos escaninhos,

Sobre as linhas de um papel, escritas por alguns pensamentos,

Seriam como passarinhos acorrentados em seus ninhos,

Devendo à alvorada os cânticos de agradecimentos.

A alegria de quem se põe a escrever,

Sejam poemas..., poesias..., ou somente um verso,

É ver furtiva lágrima em seu irmão descrever,

A emoção de aprisionado sentimento em regresso.

A alvorada na manhã é um poema,

Que todos os dias, revoa pelos rincões do mundo,

A poesia do poeta só se completa,

Quando na alma dos homens mergulha, profundo.

E quando olhamos nos olhos dos homens,

A alma reflete em suas pupilas que falam,

Das angustias nas dores que os consomem,

Em faixas de sombras que as soledades dilatam.

E a poesia no espelho dos olhos seria consolação,

E o lápis do poeta sobre o papel escrevendo, descreveria...

Uma espada de luz rasgando as faixas de escuridão,

Trazendo novo brilho à alma do homem, transformaria,

O mundo num paraíso de amor a refletir em cada irmão.