Manchete de jornal.
... E no meio da noite, acordou uma Maria
aflita, em uma cama, sem o seu João. Deu
de cara com uma cama bem-feita, que o dia
mostra que ali ele, certamente, não adormeceu.
Onde estaria ele? Entre suas garrafas, amantes
ou ressacas? Maria, em meio a sua vã aflição,
vê no cansar e abandono fatos mui relevantes
para que não lhe viesse o tão adorado João.
E, no abrir do jornal, Maria em desalento
descobre o corpo do seu João fotografado:
morto, assaltado, esquecido pelo relento;
vítima deste mundo tão cruel e revoltado,
que é oprimido pelos que são a autoridade,
que traduz na violência a sua insatisfação.
As lágrimas caem sobre o papel-realidade,
e Maria vê perdido assim seu querido João