Poesia Lapa D'Abril
Do outro lado do mundo
há um lugar especial
onde o que pensamos somos.
Tudo é,
naturalmente, ideal.
Até mesmo a merda dos pombos
cai vertiginosamente perfeita,
a fofoca é rarefeita,
aos crocodilos um maravihoso pantanal.
O Blues enlameado
é gutural
e o grito que prendo,
a mentira que pinto,
a dureza que aprendo
é amargo doce
como se delícia fosse
o sofrimento parcial.
Então acordo,
tomo uma quente ducha fria,
que lava meus olhos,
esquenta meu couro,
adormece a boemia,
australiano sonho,
prender a respiração, morrer por asfixia.
Ou
Nascer denovo,
amanhecer mais um dia.