CARTA-CATARSE

Eu não queria ser tão somente mais um número

Dentre estatísticas manipuladas,

E não oficializadas, as das pseudo-gentes.

Realidade premente.

Houve um nascimento sim,

(e quantos renascimentos!)

Até ganhei um registro geral!

Depois que perdi minha circulação fetal

Para um mundo tão letal de inaptidões humanas.

No meu milagre, hei de ser autêntica:

O meu lugar nunca foi de ninguém.

Nunca foi fácil caminhar

Sem derrubar as forças dos tão vis obstáculos.

Tranformei-me em tabernáculo.

Sobrevoei o inacessível.

Para tal foi preciso respirar fundo

Ir do supérfluo ao mais profundo chão!

Foi preciso opinião, acima da razão.

Roguei sustentabilidade

Clamei por auto sustentação.

Sem auto compaixão,

Desfrutei até da última molécula de oxigênio

Exaurida do meu ar...porque me era legítimo.

Arrebentei todas as minhas linhas de chegada...

Reneguei o sopro das silenciosas vitórias.

Odeio palmas porque não acredito nelas.

Meu maior desafio:ousei.

Acreditei que sobreviveria humanamente

Dentre softwares desumanos que neguei a me instalar.

Cheguei, sempre cheguei.

E pronto.

E ponto...nunca final.

Alguns confrontos.

Sem jamais me deletar de mim.