NOITE

A tarde em soluços se findou

não queria deixar a luz do dia

tudo ia escurecer, ela sabia

por causa do Sol, que logo ia se pôr.

Tudo ficaria diferente

com a noite de verão que se aproximava

junto a ela, o brilho da Estrela D´Alva

que surgia bela e comovente.

A noite chega e ocupa o seu lugar

abrindo a janela da saudade

para alguns - a porta da liberdade

para outros - a noite foi feita para amar.

Ao redor das luminárias da rua

o bailar das mariposas

ali, outro inseto também pousa

havendo sempre

uma vaga na dança que não era sua.

A noite prossegue seu declinar...

O viajante noturno

parece ouvir uma sinfonia

exposta no ar com certa maestria

de ruídos de quem sabe tocar.

NO meio da noite, aparece a lua

adornada de veludo, pendendo para o poente

em busca da madrugada.

Estava linda...brilhante e encantada!

Chamava o sereno que não a ouvia

estava surdo.

O céu, de estrelas enfeitado...

Uma a uma exibia o seu brilhante no céu azul

num cenário deslumbrante!

O firmamento...

cada vezmais inspirado.

O ar, estava úmido e perfurmado nas ruas.

Gente num pra lá e pra cá...

A lua contempla a noite e põe-se a sussurrar

em busca de um amor

ou mesmo, um namorado...

Tudo fica quieto

Não houve-se a fanfarra do grilo.

É o silêncio das horas...

É a flor

é a gota de orvalho, o aroma da aurora

que logo vai se romper

trazendo úmido o seu brilho!

Estamos chegando ao final de uma festa

no cantarolar dos pássaros, só euforia!

A noite...

fugiu com o silêncio

A noite...

partia, amanheceu!

Deixando livre o repouso do poeta!

Dezembro de 2004