Tudo tanto o tempo todo
Nem o nada nem lugar nenhum
conseguem conter o furacão,
furioso vento fundindo inventa
a consciência de estar aqui, eu,
agora que o tempo esqueceu que
o véu descobriu que o mar atingiu
o ponto perfeito da ponte do peito
– o coração – não, não há jeito
nem o nada nem lugar nenhum
conseguem conter este sentimento
de tudo tanto o tempo todo,
célebre, solene, lebre ou sorvete,
sorve esta liquidez, Vida, vem ver
a sordidez com que inventei esta
insensatez e me deixei levar, Vida,
escorrer sem correr de Ti, sem
elevar a Ti a alturas e somente
fulguras neste instante fugaz.
Vem ver como Te abraço, Vida,
enlaçando corpos, copos, porcos
que sejam, vem ver como eu Te desejo.
Vem ver, Vida. E aceita este beijo.