CONFIDÊNCIAS À UMA PEDRA

Pois é, pedra!
Eu também não sabia...
Naquele tempo!
Eu era uma criança...
Tão pequena ainda!
Tudo era alegria...
Haa! Quantas de tuas irmãs!
Eu catei por esse chão...
Sempre adorei voces, as pedras!
Vejo que não foi por acaso...
Hoje, tu me escutas!
Eu queria ser grande...
Como minha mãe!
Sonhei tanto...
Pensei que ser grande!
Seria bom...
Minha pedra!
Minha melhor amiga...
Tu és testemunha!
Da rasteira de ser grande, me deu...
Que o futuro prometeu!
Mas não concedeu...
Sabe pedra!
És minha única confidente...
Pra ti, conto tudo!
Todos os meus segredos...
És a única que me ouve!
Parece tão petrificada...
Mas és sensível!
Nunca me magoaste...
Nem jogaste ao abandono...
Sem me julgar!
Censurar, ou culpar...
Sempre companheira!
Estás aqui, do meu lado...
Todos os dias!
Nas noites insones...
Quando que criança!
Saberia que tão amiga...
Serias?
Nisso pedra...
O destino acertou!
Sorriso?
Riso?
Eu engano bem...
E me engano também!
Se estou inteira?
Virei grãos de areia...
Que o vento soprou!
Sou apenas um grão que restou...
Nunca mais me achei!
E cansada fiquei...
De tanto me procurar!
E não me encontrar...
Pois é isso, pedra...
É isso, minha amiga!
Sonhei tanto pra nada...
Isso foi, o que futuro me escondeu!...
Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 08/04/2007
Código do texto: T441903
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