Rio do meu choro

Rio de lágrimas

nos olhos e bugalhos,

meu destempero.

Só, rio-me,

de tudo um pouco.

Rio-me de todo,

inteiro mar de sal

em porções.

Um amar

de sol à Agosto,

e cebola nos olhos

e sais.

Sorrio-me mais,

em pitadas,

quando saro

do soro salgado.

O escorre corre

da vida viva

não é molho

para os meus olhos.

Tudo isso, porque

misturo junto e unto

quando douro

os momentos na manteiga.

E nem assim, nem assado,

perco o sabor da língua.