MORTE E VIDA em SaMaVi
                               Flamarion Costa

Na fumaça negra do horror sonhos se esvaem,
luzes se apagam, máscaras caem...
e a vida fenece em meios a tantos mistérios!...

A vida começa e termina todos os dias
é tudo sempre igual... gente que nasce
e outros que a vida mata...
Por quê razão se mata quem semeia trigo
e sobrevive o semeador de  joio ?

Ainda ouço na voz triste do vento, o grito de dor:
- mataram Dr. Borba !
- mataram Eugenio Lira !
- mataram a flor  Verbênia!!!.

Aí Santa Maria das dores
onde de sofrimento e saudade a vida fenece!

Uns morrem na luta pelos sonhos que sonham
Outros pelos pesadelos que plantam.
A vida começa e termina todos os dias
nas ruas de Santa Maria da Vitória.

Mal acalentamos o pranto dos que ficam
outros brutamente são ceifados em seu ninho
e um tiro mudo no silêncio da hora,  ecoar
Grito de desespero e dor!
e agora quem foi que morreu morrido
ou matado?  suicício ou execução?
- Ah que dor nos causastes a todos
velho Pedro Mariano...

Justiça ou injustiça feitas pelas próprias mãos
numa sentença citada a surdina 
enquanto uma bala subita
rasga o vento e selando
um prematura fim!

A dor de quem pranteia o  triste escrito
cheio de desencanto!
O  tiro... a trama... o mistério!
...e o futuro jaz também 
na vida de quem tenta sobre-vive!

O tempo vai escrevendo nossa história !
na vida que começa e termina todos os dias...
um se mata... outro é morto...
e tantos outros a vida transforma e salva
da vida sem luz !

- Se matou Pedro Mariano ! o poeta, o ator, o cidadão
e pai ...preferiu a morte a viver a vergonha
da culpa que não era culpa ... 

- Piedade Senhor piedade ! para fragilidade do ser!
que não naceu para ser político e se evanturou...

Em vão chora o menino, a viuva  e os queridos do morto
porque a vida nunca mais será a mesma coisa!
Nos entretantementes, lembranças... saudade!
e comitantemente uma dor que nunca passa...

Parece uma novela samamandista onde ficção e realidade
vive a verdade nas ruas de Santa Maria
uma novela sem final feliz e que se repete no tempos
com outros personagens!

-  Haveria um pacto da vida com a morte
trágica
em Santa Maria da Vitoria?

Enquanto na rua alguém entoa uma canção
que destoa das mãos de quem o gatilho apertou...
ininterrupto choro-canção!
- "A deusa de minha rua, tem os olhos onde a lua
   costuma se embriagar..."  foi um tempo de romantismo...
amor.!  hoje a vida mudou!

Mas nem tudo passa, nem de tudo se esquece
na vida de quem fica
fica a dor por quem tragicamente partiu!

O que resta do que seria
se os bons não  renascessem das cinzas? .
...
"É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira..."


é a vida, é a vida, de quem nasce e de quem morre
todos os dias em Santa Maria da Vitória!

É a vida, é a morte, é bala de atiradeira
ferindo além da ribanceira os que morrem
vivos !

Uns morrem na luta pelos sonhos que sonham
Outros morrem pelos pesadelos que plantam!.

Morre o doutor, morre o jornalista, a estudante
morre bandidos linchados...
outros morrem no atentado...

- Ai Santa Maria de tanta dor !
não deixe morrer o amor!!!
o amor!

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e agora! quem é mesmo quem matado morreu em Sta Maria da Vitória ?