CHEIRAM MATO, AMOR, AMORAS..

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A lua estufava

diante do calor..

Não saberia dizer..

Seriam lágrimas, suor ou chuva?

Sentada a beira do verão iminente

olhava-a solitária dançando no escuro.

Havia música..

Sim, levemente ouvia sonata

de pianíssimas notas.

Elas caíam sonoras na palma de minhas mãos,

molhavam-me carinhosas..

Abri a boca e bebi – Néctar de deuses!

Estas noites caladas

Onde o verão espreita, tem perfume

inconfundível.

Cheiram terra, calor e vida..

Cheiram mato, amor, amoras..

Em pleno cimento,

no ronco estridente

de motores,

vou ao país

negro das noites

de estrelas dormidas.

Faço redes virtuais

trançadas na lua..

Cheiro horas.

Assim, assim..

Amoras..

Devoras?

RJ – 06/12/2006

Ivy Gomide

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Ivy Gomide
Enviado por Ivy Gomide em 09/04/2007
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