Ury vwä
N’um canto solitário,
durante a noite,
com a Lua servindo de cúmplice,
sou um selvagem nu; poeta.
Canto cúmplice do que não pôde,
do que sempre quis que fosse.
Entoar p’ro vento todas fantasias;
confessar para o papel, colocá-lo n’uma garrafa
e deixar o mar levar...
Que o mar lave,
pula p’ra fazer de conta que é real.
Então o Sol volta, como sempre,
e reprime o belo,
a fantasia outrora fundada
no que jamais virá a ser.
Mas assim que é!
O Sol vem para que nós continuemos juntos
e a Lua, para que jamais seja necessário nos separarmos.