Somos todos passageiros
Tudo passa bem ligeiro
A passarela e o forasteiro
Passa o tempo sobre mim
Uma pomba e um querubim
Passa a rosa no jardim
Borboletas no quintal
Passa quem tinha ficado
Lá no Paço Imperial
Passa o canto de lamento
Das antigas lavadeiras
Passam velhas brincadeiras
Passam piques e bandeiras
Passam coloridas bolhas
Passa o outono
Bailam folhas
Passa mata e o cerrado
Passa o solo estorricado
Passa o gado e a plantação
Passa logo o feriado
Passa bala do meu lado
Passa são Sebastião
Passa mais uma novela
Passa outro dramalhão
Januaria na janela
Não passou de uma canção
Passam pernas apressadas
Para toda direção
Passa tudo nessa vida
Que não passa de ilusão.