Guaimiaba – (Cabelo de velha)

Foi em Belém do Pará,

Quando tudo aconteceu.

Opressores do lado de lá,

Chegaram com suas cruzadas disfarçadas nas águas do Guajará.

E sem pedir licença;

Estabeleceram a sua ordem...

E em uma só língua,

Queriam impor ao povo indígena ajoelhar ao pé da cruz,

Pedir perdão por não ter religião;

E sem clemência,

Sujeitando homens livres, mulheres e crianças a escravidão.

Guaimiaba, chefe Tupinambá,

Nativo das matas do nomeado Grão Pará,

Com os seus súditos respondeu:

Aqui não!...

A terra é nosso pão;

Os rios são nossas ruas;

As matas nossas vestes...

Esse lugar é o nosso coração.

Ide para longe opressor!...

Foi então, que do Forte do Presépio,

Castelo Branco, em brado retumbante retaliou.

Fincando no peito guerreiro a morte pela dor.

Cabelo de velha, agonizando dizia com fervor Ipê...

Não ao opressor!

Ecoou no seio do império Português,

Que com todos os grilhões a liberdade não calou.

Mais tarde a Cabanagem na semente dessa terra acordou.