INDAÍA DA BAHIA
agora,
distante, há muito,
desta infrutífera nação,
volto-a-volver “a canarinho” tetra-campeã,
outra nova lei
que possa devolver ao bandido a cara de mocinho
e ver sonhos de grandeza com a cara no chão;
um novo território, uma nova estrela,
poder vir pra ficar
bem próximo aos mortos nativos
bem junto aos cativos
que a mim me faz lembrar.
quero mais sóis,
mais dominós aos domingos,
mais nódoas irreversíveis de cajueiros,
mais cheiro de Bahia
para que Dela não possa mais sair tão cedo:
as pamonhas de tapioca, as punhetinhas de estudante,
o cheiro da canela, o vatapá do acarajé,
o mar, o céu, a fé
que me manteve vivo
enquanto, há muito, distante.
e, na mesma janela em frente à praça,
revejo Indaiá de peitos mais flácidos do que fartos:
quanto Indaiá envelheceu!