RIO POEMA

Em mim há uma nascente

Cuja inspiração é um manancial

Onde palavras em torrentes

Singram entre o singular e o plural

Formando-se um rio de poesias

Cujas margens amantes se deleitam

E os poetas exaustos se deitam

Buscando saciar-se em nostalgia

O fundo deste rio ninguém pode ver

Onde lá fluem as ideias mais inocentes

Brutas, autênticas, delicadas e indecentes

Para serem filtradas e lapidadas em meu ser

Por vezes as palavras que surgem se agitam

Formando um imenso maremoto de emoção

Mas logo se torna tranquilo o rio de inspiração

Que algumas rimas que ali revoam se evitam

Às margens desse rio passeia uma linda morena

Toda a tarde ela vem se banhar na lira do meu desejo

Embora ela não me passe de um mero lampejo

Sem ela já teria secado o meu rio poema.