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Preso pelas paredes do desejo
De me formar ao fim do ano.
Longe do colo da mãe,
Saio à rua desolado,
Vejo pássaros nos céus!
– Ou serão sacolas
De um supermercado? –
Parnaibanos seguem calados,
Sem respostas ao meu atrasado “bom dia”
Entre eles, eu.
Na Pinheiro Machado
um certo tom de nostalgia...
Tenho moedas, não tenho carro
Ninguém vigia meus chinelos.
Condutores, leitores cegos
das bulas da fome!
Entre eles, eu.
Pedindo a Deus um dia bom
Em que de perto eu ouça o som
Da doce voz de minha mãe.