18

Preso pelas paredes do desejo

De me formar ao fim do ano.

Longe do colo da mãe,

Saio à rua desolado,

Vejo pássaros nos céus!

– Ou serão sacolas

De um supermercado? –

Parnaibanos seguem calados,

Sem respostas ao meu atrasado “bom dia”

Entre eles, eu.

Na Pinheiro Machado

um certo tom de nostalgia...

Tenho moedas, não tenho carro

Ninguém vigia meus chinelos.

Condutores, leitores cegos

das bulas da fome!

Entre eles, eu.

Pedindo a Deus um dia bom

Em que de perto eu ouça o som

Da doce voz de minha mãe.