Jardim

Nó cego

Desata o pó que há no verbo

O pólen da verbena

Estanca o choro que carrego

O céu de nuvens pretas

Que me chovem

Que me molham

E me acolhem

No jardim no qual espalho

Voz de pólen

Verbos secos

De gravetos que se encolhem

Secam o choro e absorvem

No olho seco

A dor do homem

Que em fantasma se recolhe

e que tenta em vão chorar