GÓLGOTA

Da insanidade à pena
Impune
A lei já não condena
O criminoso imune.
Segue ao que une o que desune.
A caminho do calvário,
Na via crucis do verso que o leva ao Gólgota,
O poeta em meio à caminhada
Leva o  seu ofício ao sacrifício,
Ao sacrário do peito onde o sangue brota
E, após na face um beijo, a bofetada
De um verso perverso.
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ÚLTIMO SONETO
 
Última estrofe, último soneto.
Áspero riso pálido de espanto,
Íntimo beijo úmido de pranto,
N'último verso fecha-se o quarteto.
 
Última rima n'último terceto,
Árido som funesto neste canto.
Ácido vinho mata-me num tanto,
N'última taça solve-se o cloreto.
 
Cálida face, morre-me primeiro
Cético amor despiu-se enfim de tudo,
N’último sopro d'alma só, quieta.
 
Cala-se a vida, e o verso derradeiro
Queda-se inerte, insólito e mudo.
Fica o soneto e vai-se este poeta.
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Ficam também metáforas lancinantes
Versos dispersos n’águas de agonia,
Fungos, insetos, vermes agonizantes

Fingindo-se passar por poesia.  
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Ouvir>
http://www.youtube.com/watch?v=vdc4D7Eib78
 
Obrigado pelas manifestações de todos.
Adeus.
H.
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 12/09/2013
Reeditado em 12/09/2013
Código do texto: T4478339
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