A vida pede...

Posso ouvir música, baixinho.

Mas, enquanto não senti-la em minh’alma,

De nada adiantará os acordes.

Posso ecoar que amo o próximo.

Contudo, enquanto não fizer do amor algo que me penetre,

De nada adiantará o ecoo.

Posso olhar o luar, na madrugada.

Porém, enquanto não sentir o cintilar da lua no olhar,

Jamais saberei o que é a madrugada.

Posso dizer que sou feliz.

Todavia, enquanto não realmente abrir meus braços para a felicidade,

Não saberei o que é felicidade plena.

A vida pede sons d’alma.

Daqueles de se ouvir com fone de ouvido, madrugada adentro.

E também a falta dos ponteiros do relógio

Ao se unir ao amor da vida, em corpo e alma.

A vida pede amor.

Toda forma de amar.

Toda ela.

Sem mesmices que descintilem os olhos.

Sem vergonha de sonhar acordado,

De gargalhar no meio do dia,

Ou mesmo de desejar o abraço da saudade...

Quando as estrelas brotam em meio às nuvens cinzentas.

A alma tem dias em que pede colo.

Em que se solidariza com a solidão do cão da rua,

Que treme de frio e de fome, há dias.

Somos seres que necessitamos de emoções.

O destino nos pede isso.

E bestas nós se nos negarmos.

Se fugirmos dessas “borboletinhas”.

Afinal, já diz o poeta:

“Tão bom morrer de amor e continuar vivendo!”

Então, viva!

Cante, saltite, musique seu viver.

Antes que sua única canção ouvida

Seja a “Ave-Maria”, da hora da morte.

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 16/09/2013
Código do texto: T4483564
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