A morte

Ela sussurrava algo.

Talvez estivesse chamando alguém, não sei.

Mas, tenho certeza. Era ela.

De preto, com a foice em mãos.

Eu a vi, ao longe, meio distraída.

Acho que estava sonhando.

Parece surreal, mas não era.

Lá estava ela, pronta pra executar o que lhe era destinado

Não sei, isto aqui não seria um poema?

Fui fundo, aproximei-me dela

Ela levantara o rosto, com o corpo em seus braços

E olhara DIRETAMENTE para mim.

Estava calma, e não via nada em seu olhar

Então, para minha surpresa, esboçou um sorriso

Um sorriso penalizado

Talvez, um pedido de desculpas

Ela me parecera cruel naquele instante

As lágrimas já tinham secado desde que a vi

Naquele momento, eu estava com muita raiva

E ela retribuia-me com aquele sorriso

Aquele sorriso melancólico, cujo significado

Era difícil de entender.

Ela me tirou uma pessoa.

Que significou o mundo pra mim.

Eu a olhei mais uma vez

Olhei pro corpo

E, novamente a vi, junto a ele

E mais uma vez, a confrontei.

Confrontei, a MORTE.

Larissa Siqueira
Enviado por Larissa Siqueira em 19/09/2013
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