De cada cabeça feita, uma é a sua (Bagagens temporais)

Vou vivendo dos delírios.

Trazendo nas costas as bagagens temporais,

sussurrando mensagens nos gritos,

sempre querendo dizer o não dito,

ditando na tergiversa o escopo de outros ritos.

Quando minto para o mito, desrespeito a mim mesmo,

ouço o canto que vem dos cantos, guetos e escombros.

O ritmo do velho mundo ancorado ao capital pelos ombros,

ser escolhido, ser recolhido, ser removido, omisso, submisso.

Compromisso dá é nisso.

como um instante de um recital ou a comida que faz mal.

Os normais presos aos modismos, comem o banquete do céu,

mas só os loucos sentem o gosto do mel e do féu.

Da vida, se compactua,

com a mente, se atua,

de cada cabeça feita, uma é a sua,

quando mais se dura, mais se atura.