Senzala Temporal
Tempo que dá vida, que escraviza
Que começa, mas que também termina
Que não espera, que com força arrasta
Tudo aquilo que marca: Só fumaça!
Déspota por natureza, é quem dita
Os destinos e seus confusos fluxos
Nos fazendo implorar por outro dia
Que, lentamente, escorre pelo escuro
Apesar de tudo, ainda gostamos.
Ou melhor, apenas nos habituamos
A suportar os castigos do passado,
Condenando o futuro a mero sangue
[derramado
Conquistou as almas, para colonizar.
De seus pedaços, construiu jaulas
Em plena modernidade, senzalas
As quais o homem nunca suspeitou em amar