Serenata de Suspiros

Não há nada igual a suspiros,

Que refletem alguns ais

Saem do fundo,

Em idílios,

São suspiros e nada mais!

Me encantam seus motivos,

Sem que haja uma palavra,

Saem soltos em serenata,

Serenata de suspiros.

Ouço a criança, o jovem e o idoso

Ouço o cachorro, que suspira sim,

preguiçoso...

E ronrona como um suspiro o gato,

E recebe o carinho que o conforta.

A noite tem seus suspiros,

Assim como dia e a tarde também,

Porém, triste é o último suspiro,

O de passagem para o além!

E nesta serenata de ensejos,

Como se juntando a todos pelo mundo,

Nada toca mais fundo,

Do que os suspiros apaixonados!

Mesmo o suspiro do forno,

Aquele feito de claras,

Na boca dilui-se tão sutilmente,

Como um ínfimo desejo...

Do beijo que nunca foi dado.

Suspiros são assim,

Tênues, ensimesmados,

Propagando no ar um sopro contido,

Como se na bruma pudesse estar escrito,

"O que será mim?"...

"O que será de mim"...

Magda Ribeiro Botelho
Enviado por Magda Ribeiro Botelho em 04/10/2013
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