Limitado

Infelizmente possuo

apenas dois braços

e um coração.

Mas carrego o mundo

em meu peito.

São meus irmãos

os que sentem fome,

são meus irmãos

os que sentem frio,

são meus irmãos

os esquecidos.

A sua dor

é minha dor,

a sua luta

é minha luta,

as suas lágrimas,

irei enxugá-las.

Sofro ao acordar,

sofro ao deitar.

Ouço o vento a soluçar,

sinto as pernas fraquejar,

preso e limitado quase nada

posso fazer...

Posso escrever versos,

rezar para que eles

cheguem as almas

engaioladas na tristeza.

Que cheguem as almas

que cultivam a indiferença,

ignorando a única certeza:

A morte visita a todos...

Laços surgem,

laços se rompem,

mas minha agonia

perante a fome e o esquecimento

esta jamais finda.

Meus míseros braços,

minha diminuta força,

sou praticamente impotente.

A folha e a caneta

são minhas armas.

O meu amor sustenta-me

neste desequilíbrio

no qual vivo.

Arrebata-me para galáxias distantes,

acompanhado pelos que choram,

pelos que sofrem, pelos que tem fome

e de todos que ainda possuem esperança.

Rafael Razador
Enviado por Rafael Razador em 10/10/2013
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T4518922
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.