Barco a Vela

Tenho em mim a consciência diante da velhice não brotada

Meu maior desejo passa a ser as melhores conclusões sobre mim

Portanto, fiz de tudo para não ser interpretado de forma implícita

E talvez por teimosia, me vi na proporção do fracasso e da vitória.

Justo naquele instante, contrapor seria o atalho

Beijos cortantes de um beija-flor!

Nus, nos deparamos...

Deslizara nos olhos a sensação em existir.

Pudera meu instante se transpor, compor, deduz-o nos saltimbancos

Do que seria o amor sem pranto algum?

Uma simples amostra que justifica a minha vinda

Ser! Não sei. Ser do que sei, do que for.

Não quero modelos existenciais

Muito menos, gastar o meu mandarim em alvoroço de botequim.

Quero falar do cotidiano, falar o português que se fala nos botequins

Cantar o português que se canta nos botequins

Pretendo não acometer êxtase do que foi dito

Não jogar dados, porque acredito em coincidências

Quando a hora exata chegar, e o vento estiver do nosso lado

O coração a de saber donde vieste.

(Carlos André)