Ouvistes?
Silêncio: eis teu pseudônimo, amor!
É por tanto falar que não te escutas
Choramingando uma carência ab-Surda
Da qual meus ouvidos fingem fulgor!
Com o teu vácuo apelativo, o mar,
Que antes era só meu, retrocedeu.
E a vida que nele havia, morreu
Lentamente, tentando respirar.
Ausculta o eco de tua auto-implosão
Demolindo os sentidos e sua imensidão
Porque não respeitas a espontaneidade
De duas almas se sentirem à vontade.