Coisas sem Sentido
Preciso beijar teu corpo
Apalpar teu sorriso
Naufragar no brilho dos seus olhos
Esquecer-me tão poucamente
E sereno!
Desejo ansiosamente que nossas conversas
Sejam douradoras
Que nossas dádivas não nos matem
De anestesiarmos excessivamente
Ébrios e pacatos de uma cidade improvável
Curiosamente, nossas vidas são regadas com muito esmero.
Simplesmente não viveis de um coração partido
Não que nossas chances foram traidoras
Nas vezes que tanto pedimos
Esperar o outono
Estar acordado para a primavera
Disperso no horizonte
Na poça d’água, olhes pra vida.
Corações inquietantes, e amiúdes
Se eu beijei teu corpo
Se eu mastiguei minhas tendências
Quero beber minha essência, minha insanidade
Cuspir no chão, palavras compulsivas
Se eu dormir rente ao teu corpo
É o mesmo de ter minhas ideias em êxtase
Meu existir é minha sombra do que penso
Do que falo, no que me sinto de minhas verdades
Minhas mentiras.
Pretendo sanar meu irremediável
Não sei se posso ir, onde posso chegar
Só sei que tenho tantos pensamentos em desuso.
Mas, se pretendo beijar teu corpo
Apalpar teu sorriso
Naufragar no brilho dos seus olhos
Esquecer-me tão poucamente
Quero poder ir além que do acredito
Como exemplo de um barco
Situado num ponto indefinido do oceano.
(Carlos André)