Rei

Carrego meus longes

nas dobras da pele.

Minhas distâncias internas

eclodem em insultos,

sutis desaforos.

O mundo é a terra escondida

nos bolsos.

Transportar o corpo

já é (glória do insucesso!)

fazer-me livre.

Eu — rei de mim,

dono de uma leva

de nadas.