A Poesia Perdeu a Pose!

A poesia perdeu a pose.

Deixou o clero e a realeza.

E com toda sua destreza

Desceu as altas escadarias

Subiu os morros

Indo fazer verso lá nas periferias.

Verso com rima,

Cantado ou não.

Verso sem rima,

Sensibilizado ou nu.

Perdeu o rubor dos tempos de repressão.

E como numa regressão interna,

Trouxe à tona o exteriorizar do mundo.

Deixou de ser vagabundo

Aquele que anda com papel e caneta em punho.

Deixou se fazer notada

Por toda a meninada das escolas.

Dos mais altos quartéis

Aos mais reles mortais.

É dita, bendita e mal dita.

Cabe apenas a melhor ocasião.

Veste chita, seda, cetim ou retalho.

Calça salto agulha ou sandália de dedo.

Tipo chinelo.

Para deixar bem à vontade.

Caminha com as próprias pernas

E com as pernas de quem trabalha o dia todo.

Caminha sorridente,

Pois sabe que está presente

Onde quer que a leiam.

É dona de si própria.

Sabe agradar quem quiser.

Desceu do salto.

Subiu no conceito.

E ganhou todo o respeito.

De uma dona toda formosa

Que com capricho nas entranhas

Mexe e remexe as pestanas

De quem a curte, a qualquer hora.

É aurora boreal, toda colorida.

Comprida ou mesmo em poucas estrofes.

São versos que mostram o agora.

Que chamam, sem demora,

Para acordar a humanidade.

A poesia perdeu a pose.

Deixou de ser da realeza.

E preencheu a pobreza.

Com toda sua graça.

E o melhor...

Sua leitura, toda encanto,

É de graça, acalanto.

Com laço a enfeitar

Ou fofoca a gargalhar.

Mas, não importa a situação

Lá está ela a estender a mão

Como forma de mostrar

O quão soberana sempre será!

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 31/10/2013
Código do texto: T4550134
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