POMPEU
Um vulcão explodiu dentro do meu peito
Lançando sua lava ardente
Incendiando meu corpo inteiro
Nada que fizesse
Podia detê-lo
Lançando nuvens de incertezas
O horrendo e a beleza
Dois atores do mesmo espetáculo
Ilusão e alegria selando seu pacto
Era talvez e era tácito
O quanto o Eterno pode ser rápido
Apenas cinzas restaram do passado
Seu calor derrete tudo ao meu lado
Toda minha história solapada de repente
Violada pela avidez de seus dedos ardentes
Era visão ou era Vesúvio?
Era desejo ou era dilúvio?
Era fé ou era fúria?
Era doença ou era cura?
Era ela ou era eu?
Era Pompéia ou Pompeu?
Era uma nova amiga ou uma antiga alma velha?
Era meu vulcão ou minha Pompéia?
Não havia tempo pra respostas porque já não havia saída
O fogo feroz da paixão já a tudo consumia
Fez em vácuo o que era Vida
Não havia mais tempo ao Espírito sedento
Seu coração já era brasa espalhada pelo vento
Matando a vida que vivia por dentro
Era liberdade, agonia e alento
Estátuas levantadas sobre quem já não existe
Cinzentas, vazias, imortais
Fantasmas fantásticos mas reais
Da Vida que um dia fora mas que agora já não é mais!