JANELA VAZIA
A janela da rua resumia,
a vida e sonhos de Maria.
Moldura de Marias tantas,
confusas, pagãs e santas.
A Maria de virtudes puras
Maria de ardentes loucuras.
Ânsia confusa e resumida,
na dúbia janela, indefinida.
Rua; rio de ilusão passageira,
parece chamar a Maria faceira,
com acenos de loucas paixões.
Qual brisa em confusas visões.
Maria, seu mundo, sua janela.
De sonhos que sua mente vela,
num delírio de tantas Marias;
numa janela, que tudo resumia.
E o rio de ilusão, foi correnteza!
E da rua que navegou a Maria,
nada restou; somente a tristeza.
E um quadro oco, a janela vazia.