Meu mapa ainda te aponta

Eu vou seguindo de cabeça alta, como se a vida fosse tudo isso ai e mais um pouco, orgulhoso por demais, um bom rapaz, sem olhar para os lados, deixando de anotar os recados, eu sou o já, grato pela existência e os presentes que sem merecer acabo de ganhar. Até que, minha cabeça vira, olhei e pronto, fico sem saber, só consigo pensar em você, porque que a gente é assim, no caso, essa gente sou eu, quando te olho percebo, não sou perfeito meu Deus. Me perdoa o fato de você me inspirar, mantém em segredo para todos, mas pelo menos me xinga, diz que eu sou um canalha, não presto, nem valho nada, fala pra mim que minhas chances são zero vezes zero, que isso tudo que me habita é pura invenção, um conto de fadas, diz qualquer coisa, mas não me castigue com o silêncio, eu sei que eu mereço o total desprezo, você é a razão, eu sou emoção, posso conviver com isso, mesmo que a vida castigue-me com o seu sorriso, entorpecedor, mais inebriante que qualquer droga que o meu corpo já experimentou, seu olhar me viciou, desde a primeira vez, quando embarquei em um ônibus levado pela sua atitude, me pediu fogo e nunca mais fui capaz de apagar o incêndio, me entrego, nunca fui imune, réu confesso neste compêndio, tudo que peço é um vai se fuder e me deixa em paz, me chama ou me pune, tem coisas que nem a eternidade será capaz de riscar do mapa, gaste seu amor ou ódio em mim, não seja ingrata, meus caminhos me levam ao nada, lá tem um X que marca, onde as nossas vontades estão enterradas.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 19/11/2013
Reeditado em 19/11/2013
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