Recado a um rei sem poder

pior que ser ditador

do não e do sim

é a tristeza e a angústia

do talvez

sequer ressente a ferida aberta

de um quem-sabe tresloucado

um quase-sim ancorado

entre os dentes de um rei sem trono ou poder

podes pensar que o dinheiro

traz-te lauréis

mas labutas todos os dias

por nada, pra nada, por desdém

por quimeras que roubas enquanto dormitas

ladrão és, de tuas próprias fortunas!

Pois teu legado é de detritos!

sou rês desgarrada

ando a esmo nas calçadas

das ruas imundas de tua podridão

enquanto finges em meio a teus castelos

(que o vento irá deitar ao chão)

pendurados no tempo

seguem teus cavalos de altivez

permeando a tez e teus alvos cabelos

que o tempo tratou de escolher

mas nada, nenhum refúgio

há no infinito

que o faça abarcar

a plenitude de sentir-se amar!

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 21/04/2007
Reeditado em 10/05/2007
Código do texto: T458214