JÁ NÃO HÁ

Já não há mais aquela que te viu partir,

e teu regresso aguardou,

na esperança impossível,

de uma felicidade imaginária.

Já não há mais aquela que os teus passos conheceu,

e tua presença adivinhou,

com secreto desvelo,

e trêmula vertigem.

Já não há mais aquela que insone te esperou,

e adormecida sonhou

na tua longa ausência fria e silenciosa.

Já não há mais aquela que ansiou a carícia

de tuas mãos intocadas,

e buscou o lampejo do teu olhar distante,

no suceder de uma agonia insana.

Já não há mais aquela cujos pensamentos foram poesia,

e cujas mãos modelaram a paisagem,

com o fim de promover tua alegria.

Aquela que te amou,

que em martírio

cultivou a solidão,

que viveu de lembranças,

que em silêncio chorou,

que te amou com loucura

perdoou-te a indiferença,

que só viveu por ti...

afinal...já não há!

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 23/11/2013
Código do texto: T4583478
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