Na cova rasa de ilusões
Olhos abertos fitam o universo
Infinito de constelações
E do meio do deserto
Se esvai em recordações
A eternidade se apresenta
Vestida de glamour da noite
Uma canção se insinua
Entre escalas de impressões
Dói a vida
Pulsa a alma
Dança em elevação
Urgência que se consome
Ardência de paixão
A estiagem se impõe
Infecundo pensamento
Na densidade expõe
O devaneio das cinzas
Na escritura improvisada
É o carvão consumido
Que o apelo íntimo resguarda
No seio da inquietação
Testemunho e testamento
Silogismo secreto
Engendrado na mudez que ecoa
Em um retumbar incerto.

                                                                (Ilusões - Lia Barone)