Duas meninas.

E foste mais que a dor, foste a loucura

Que não descansa, reina tão intensa

Que se agiganta turva, tonta e tensa

Enquanto é grave, tão breve doçura.

Miragem conformada das tonturas

Saliva dividida, doce e densa

Que a boca serve em grata recompensa

Tontos sabores, mil frutas maduras.

Vertigem de um desejo mais que aflito

Paisagem que dissolve na retina

Silencio implodido pelo grito

As línguas, insolentes bailarinas

Levitam na ascensão de um novo mito

No fogo caudaloso das meninas.