JARDIM

JARDIM

Sóis de abril, luas de abril...

Primaveras desabam sobre os muros,

donde os pombos batem em revoadas;

brancas, rosas, laranjas, vermelhas,

primaveras mil jorram dos portões.

Trovoadas...

Ramos em botões,

primavera, verão, outono,

primavera florão,

flores coloridas jazem sobre o galpão.

A chuva em largas gotas abraça o verde, o muro musgo,

despedaça a taça da rosa-rosa.

Jardim-ipês,

amarelo-ouro,

rosa desdouro.

Jardim-murtas,

as folhas ao solo jazem murchas.

Jardim-rosas,

abriu o botão vermelho mais que vermelho.

Jardim-pomar,

lima, caqui, açaí, acerola,

e rolam aqui, ali, acolá frutos

ao léu das águas claras.

Jardim n’água,

reflete partida em confetes a minha mágoa.

Jardim-pinheiro,

levar em conta o espinheiro.

Jardim-admirado,

eu lhe contemplo

calado.

Prof. Dr. Sílvio Medeiros

Campinas, é outono de 2007.