Meu outro Eu

És perigoso animal

que na surdina me habitas

e às vezes sais da jaula

querendo ser dono de ti...

nada mais és do que uma nau

dançando no mar à deriva...

És a lição de moral da fábula

que por rebeldia nunca li.

Às vezes me rasgas com tuas garras

afiadas na minha própria carne,

como se pudesses me vencer...

Inútil duelo travas!

Porque no fundo és um covarde

que tem medo de sofrer...

Não te atiras dos penhascos

nem te debruças nos parapeitos

das janelas sem grades...

Repito: és covarde!

Só sabes fazer alarde,

mas descansas conformado em teu leito

encolhido no próprio abraço.

Ao menor sinal de perigo

te escondes sem alarido

até a poeira baixar!

És ridiculamente covarde...

mais uma vez te repito!

Teu nome é covardia

porque sufocas o teu grito

e tenho que transformá-lo em poesia!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 02/12/2013
Código do texto: T4595167
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