O tempo de um flash

Quem sorri, é o passado que carregam?

Vejo o que não vi, mas o eco do que escutei.

Altas, mas tão pequenas ainda, e esse céu

[teima em dizer que não deixará de brilhar.

Simulacros de felicidade? Não,

pois ela própria sente-se feliz ao ver

o que também vejo.

Na verdade não são meus olhos,

mas o que carrego nessa minha carreta

[repleta de quinquilharias.

Conchas quebradas, parafusos tortos tortos, risadas.

O molde de uma curva sem fim nem começo,

o brilho de uma gota que nunca secou

[no asfalto quente.

É essa força

É essa vontade

Essa é a vida.

Ser sem tentar.