O NASCIMENTO DA POESIA

Noite bandida, saudade tão dura,

O próprio peito sentindo o vazio

Sem possibilidade de cura.

Saudade sem nome, saudade sem jeito,

Difícil é dizer do que é que se sabe

Dessa saudade sem teto.

Difícil é dizer do que não se sabe

Ao certo o que é que se sente,

Sobre o tudo que se conhece

Da dor que na calada não mente.

Lua bandida, de tão bela me rouba

O olhar perdido que tenho nessa noite

Sem saber o que me afronta.

Essa é a mais fina lâmina que invade

O peito forte dos Vates

Para tirar rosas de suas carnes.