O banco

Sentei-me naquele banco da lembrança

descansando a saudade solitária e verde

O tráfego das pessoas que não ví

iam ou voltavam,

caminhavam em surda pintura abstrata

expondo-me aos cinzéis carcomidos

que ainda esculpiam o gosto de sentimentos plásticos

Tão etéricos como minhas fugidias tristezas

Abanava a cauda o sabiá fantasia

o mesmo que testemunhou o silêncio

do lago refletido em mim

na mesma árvore que me plantou fundas raízes

Alma do tempo que sou

levantei de mim o corpo que andou

por sobre as águas daquele caminho de encontros

para afastar a solidão que voltava pra casa

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 29/08/2005
Reeditado em 19/10/2007
Código do texto: T46024