BR 0666

Bate a mão espalmada no pára-brisa

Aproveitando o vermelho sangue

E odiando o verde desesperança

Bate a mão no pára-brisa

Aqueles olhos miudinhos e a boca semi-aberta

Mostrando o dente de leite

Bate a mão espalmada no pára-brisa

Batem na mão

Palmatória na mão

Pregos na mão

Bate a mão no pára-brisa

A tensão amarela do sinal

O não da outra mão

Quando um é maior que cinco

Batem na mão espalmada

Não conseguiu o sustento

Se conseguiu, comprou algodão doce, a ficha do fliperama

A mãe que afaga

É a mesma mãe que esquarteja

O encontro das mãos da Sistina impressionam?

O encontro das mãos?

Ou a obra de Michelângelo?

Deijair Miranda
Enviado por Deijair Miranda em 29/08/2005
Reeditado em 30/08/2005
Código do texto: T46051