LIVRO
No varal do tempo,
Páginas da minha vida
Estão penduradas
A formar bandeirolas
Em volta de mim...
Que como histórias de Cordéis,
Agrada ou desagrada
A quem lê!
Compilo essas páginas
Então, um livro nasce.
Quando folheio esse livro,
Percebo que muitas folhas
Contém espaços em branco...
Esses espaços são lapsos
De uma memória corrompida.
No decorrer da vida
Vírus a infectaram
Fazendo as alegrias
Serem utópicas fases do passado,
Dessa mesma vida...
Esse livro meu hoje encadernado,
É colocado na estante.
Ficará empoeirado
Pois, nem mesmo eu,
Tenho prazer em manuseá-lo.
Ficará lá, esquecido... ou talvez;
Quem sabe um dia,
Meus filhos queiram lê-lo
E venham a gostar ou não.
Deixarão na estante ou jogarão fora.
Alguma coisa assim, farão.
Não importa,
Estarei morto; então!...
Se entenderem o que escrito lá está,
Terei deixado um belo legado.
Se não entenderem o dito,
Será melhor que as traças
O tenham comido!...
(Perez serezeiro)
José R.P.Monteiro
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