Horizontes desbotados

Os pensamentos atravessam

O rosto na janela

Úmidos e mornos

As esperanças os seguem

Também úmidas e mornas

Uma após a outra

À esquerda e à direita

Na curva do queixo

Uns segundos

Vislumbrando o horizonte

Através da janela aberta

Não há nada para ver

A brisa fria e inconveniente

Desfaz os cachos

Balança as cortinas

E uma após a outra

As esperanças desabam

Sobre a blusa amarela

De rendas na gola

Amarela é a renda

Amarela é a blusa

Amarela é a face úmida

Amarela e pálida

É a sombra na janela

Esperando o raiar

De um sol cor-de-rosa

Cristiane Muniz

Cristiane Muniz
Enviado por Cristiane Muniz em 09/01/2014
Reeditado em 23/02/2014
Código do texto: T4643330
Classificação de conteúdo: seguro