Como Dante


Como Dante, em sua constante busca por Beatriz,
Eu também aqui me quedei, a tua infinda espera,
Às vezes, até mesmo julgando que eras uma quimera,
Que tanto busquei e hoje te encontro, por um triz.

Como Dante, em meus devaneios, desci ao inferno,
De tua sofrida ausência e nesta infinita procura,
Enfrentei adiante monstros ctônicos, nesta loucura,
Contigo à frente a me guiar, nos lábios sorriso terno.

Desfrutei, enfim, de teus beijos, ao chegar ao paraíso,
Ouvi tua voz quente e acolhedora que me acalentava,
Recolhi-me em teus braços, neste colo que tanto amava,
Entreguei-me a teus carinhos, a tuas carícias, sem siso.

Finalmente, ascendi ao céu de tua boca, onde toquei,
Ora demente, em êxtase ao sentir o calor de teus lábios
Percorrer todo meu corpo, a devanear, ciente e sábio,
Ao sentir que me darias, finalmente, o que tanto almejei.

Egresso da caverna mágica em que então me acolhias,
Onde me refugiei maravilhado com todo seu esplendor,
Retorno à luz do sol, retorno à vida, retorno ao amor,
Encontrado em teus braços, onde te canto em poesias.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 12/01/2014
Reeditado em 23/05/2019
Código do texto: T4646622
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