Composição do Nada
Hoje resolvi morrer
Morrer para os sonhos
Morrer para mim
Cansei de carregar o peso da dor
De desenhar cenas invisíveis as retinas
Não quero mais fechar a porta da ilusão
Sufoquei as falsas alegrias
Quebrei todos os anseios do medo
Dei carta de alforria para o coração
Pintei as asas da solidão de azul
Soprei ao vento todas as plumas da saudade
Esvaziei a caixa de segredos da alma
Enxuguei lágrimas de cristais
Roubei o brilho do sol
Iluminei o templo da vida
Me senti livre
Diluída de mim
Sem presente, passado nem futuro
despida para a lucidez do mundo
renasci em outro universo,
travestida de outro ser.
Recife-PE